Sem dúvida, 2024 tem sido um ano desafiador para o Ibovespa.
De janeiro a junho, as perspectivas para o principal índice da bolsa oscilaram da euforia para a decepção.
O principal fator para isso foi que as expectativas de mercado, que até então eram bastante otimistas, não se concretizaram.
Previsões para o ano
No começo do ano, havia discussões sobre uma Selic de 9% ao ano no final de 2024.
Adicionalmente, a previsão era de que o Fed, o Banco Central americano, iniciaria o ciclo de redução de juros nos EUA em junho.
E havia especulações no mercado de que poderíamos ver até seis reduções este ano.
No entanto, as coisas não aconteceram como previsto.
No Brasil, as discussões políticas sobre a meta fiscal, que mudou de superávit para um déficit zero em 2025, eliminaram qualquer expectativa de uma taxa de juros de um dígito este ano.
Agora, a discussão já gira em torno de uma Selic de 10,25% até 2025.
EUA
Nos EUA, o Fed optou por manter a taxa de juros inalterada, atualmente entre 5,25% e 5,50% ao ano.
Isso se deu sob a expectativa de que, por lá, a economia continuará a expandir-se vigorosamente.
Foi também destacado que, apesar de uma leve desaceleração, a inflação permanece alta nos níveis atuais.
Naturalmente, esse cenário teve um impacto considerável nas bolsas de valores, principalmente nos países emergentes, como o Brasil.
O resultado disso foi que o Ibovespa apresentou uma queda de mais de 10% ao longo deste ano.
Renda fixa
Com isso, é compreensível que o investidor brasileiro possa estar se perguntando se é o momento certo para deixar a bolsa e transferir o patrimônio para ativos mais estáveis e seguros, como os títulos de renda fixa.
De fato, isso já está acontecendo.
A renda fixa registrou a maior captação líquida de todos os tempos, conforme divulgado pela Anbima.
Durante os primeiros quatro meses do ano, a arrecadação ultrapassou R$ 154 bilhões.
Momento de oportunidade
Mas, é justamente em momentos como esse que se começa a abrir espaço para se investir em ações e fundos imobiliários.
Com a queda na bolsa, vários ativos começam a sofrer impacto disso, mesmo mantendo os fundamentos sólidos.
Então começamos a encontrar ativos com índices como o P/L em patamares muito interessantes no seu histórico.
O mesmo ocorre com os Fundos Imobiliários.
Ou seja, neste momento em que muitos estão saindo da bolsa é que se começa a aparecer oportunidades interessantes que só mais pra frente, quem comprou agora estará comentando que fez um bom negócio.
É por isso que eu costumo falar da importância de se ter a Reserva de Oportunidade.
Ela é para ser usada em momentos como esse que estamos passando.
Recuperação da bolsa
No começo deste ano comentava-se que a bolsa poderia alcançar os os 170 mil pontos.
Mas devido aos acontecimentos que eu comentei, foi feito uma revisão diminuindo essa previsão.
Só que mesmo com essa redução, ainda temos uma expectativa da bolsa terminar este ano com 145 mil pontos.
Considerando que ela está abaixo dos 120 mil pontos, podemos entender que tem um espaço interessante de valorização, para quem aproveitar a oportunidade.
Não seria nada mal conseguir uma valorização de mais de 20% daqui até o final do ano, não é mesmo?
E se você acha que isso é impossível, basta dar uma olhada no ano passado e irá constatar que a bolsa subiu 22% entre novembro e dezembro.
É importante salientar que rendimentos passados não são um indicativo de retornos futuros.
Este lembrete serve para reiterar que sim, existe a POSSIBILIDADE de uma “recuperação” no mercado de ações ainda em 2024, proporcionando uma oportunidade de aproveitar uma onda de valorização.
Mas compreenda que é uma possibilidade e não uma certeza, ok?
Entrada de capital externo
Existe a expectativa de que o investimento estrangeiro possa retornar ao Brasil no segundo semestre deste ano.
Dado que o S&P 500 tem superado significativamente as expectativas – com um aumento de mais de 14% este ano – o mercado prevê que em breve poderá haver uma expressiva realização de lucros no exterior.
Assim, existe a possibilidade de uma parcela deste capital estrangeiro ser direcionada para o Brasil.
Porém, é importante salientar que para isso ocorrer, o ambiente interno deve ser favorável.
Em primeiro lugar, é essencial que o governo reforce o compromisso com a meta fiscal, mesmo que a garantia de seu cumprimento não seja totalmente assegurada.
E também há incertezas sobre o futuro do Banco Central, incluindo quem será sua nova liderança e se o Comitê estará envolvido na decisão.
Uma vez resolvidas essas questões, é possível que a bolsa de valores receba um impulso internacional no segundo semestre do ano para entrar em um ciclo de alta.
No entanto, é importante frisar que, apesar da perspectiva otimista, esse não é o momento para se posicionar em qualquer ativo.
A cautela e a análise cuidadosa são necessárias para escolher os investimentos corretos e evitar erros que possam prejudicar sua carteira de investimentos.
Portanto, é fundamental acompanhar de perto as movimentações do mercado para estar optando pelos ativos que apresentem o melhor equilíbrio entre risco e retorno, e que estejam alinhados com seus objetivos e perfil de investidor.
Só assim será possível alcançar a tão sonhada Liberdade Financeira!
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