Muitas pessoas se encontram em um dilema ao considerar a adesão ao plano de previdência corporativa.
À primeira vista, essa opção pode parecer extremamente atraente, quase como um negócio imperdível.
Em muitos casos, a empresa promete dobrar o valor do seu aporte na previdência até um limite estabelecido.
Esse tipo de proposta pode soar bastante tentadora, levando muitos a questionar se não seria um excelente negócio aderir a tal plano.
Afinal, quem não gostaria de ver seu investimento dobrar de valor graças à contribuição da empresa?
No entanto, como em qualquer decisão financeira, é importante analisar todos os aspectos envolvidos.
Será que vale mesmo a pena aderir a um plano de previdência corporativa?
Quais são os prós e contras envolvidos nessa decisão?
Existem outras alternativas que possam ser mais vantajosas?
Essas são questões complexas que demandam uma análise cuidadosa.
E é justamente nisso que vou te ajudar hoje!
Previdência corporativa
A previdência corporativa é um tipo de plano de previdência privada oferecido por empresas aos seus funcionários.
Geralmente, o funcionário contribui com uma parte do seu salário e a empresa também faz aportes nesse plano.
O intuito é complementar a renda do funcionário quando ele se aposentar.
A primeira vista, a previdência corporativa parece ser uma opção interessante, pois, além do aporte do empregador, o dinheiro investido pode render ao longo dos anos.
No entanto, como qualquer investimento, possui riscos e é importante analisar se ela é a melhor opção para o seu perfil e objetivos financeiros.
Carência para sair da empresa
Existem algumas normas nos planos de previdência corporativa que podem desfavorecer o funcionário.
Primeiramente, uma delas é o prazo de carência.
Este é o tempo que o funcionário precisa permanecer na empresa para ter direito a receber a contribuição que a empresa fez no plano.
Se o funcionário sair da empresa antes desse prazo, ele perde o direito a essa contribuição.
E claro que a empresa não vai criar um serviço para auxiliar o funcionário de graça.
A ideia é a empresa conseguir reter a mão de obra que precisa para continuar no mercado.
Geralmente os planos de previdência corporativa possuem a seguinte tabela de tempo de carência versus o proporção que o funcionário irá receber do dinheiro que ela aportou como complemento:
- 2 anos na empresa: 20% do valor aportado pela empresa
- 3 anos na empresa: 40% do valor aportado pela empresa
- 4 anos na empresa: 60% do valor aportado pela empresa
- 5 anos na empresa: 80% do valor aportado pela empresa
- 6 anos ou mais na empresa: 100% do valor aportado pela empresa
Atualmente, é bastante raro ver funcionários que permanecem na mesma empresa por mais de seis anos.
As mudanças de carreira, a busca por melhores oportunidades e o dinamismo do mercado de trabalho fazem com que muitas pessoas mudem de emprego com bastante frequência.
Por isso, a probabilidade de conseguir resgatar o valor total aportado pela empresa em um plano de previdência corporativa é bastante reduzida.
Isso deve ser levado em conta ao avaliar a adesão a esse tipo de plano.
Forma de investimento utilizada
Outro detalhe é a forma como o dinheiro é investido.
Em muitos planos, a empresa decide onde o dinheiro será investido, e nem sempre essa escolha pode ser a mais rentável ou adequada ao perfil do funcionário.
Isso acontece porque nos planos de previdência corporativa, as empresas acabam investindo em fundos de renda fixa, o que faz com que este tipo de investimento perca muita possibilidades de ganho no longo prazo.
Elas fazem isso para evitar o risco de enfrentar um processo trabalhista.
Isso pode acontecer se um funcionário deixar a empresa e, ao resgatar a previdência corporativa, descobrir que seu saldo está menor do que quando verificado anteriormente, devido a uma queda na bolsa de valores.
Só que isso acaba minando qualquer possibilidade de ganho mais interessante.
Taxa de administração
Além disso, em alguns casos, as taxas de administração cobradas podem ser altas, o que pode diminuir a rentabilidade do plano.
É importante salientar que, em alguns casos, a taxa de administração pode ser tão alta que dilui o rendimento do plano de previdência corporativa ao ponto de torná-lo tão insignificante que até mesmo a poupança, com suas taxas de juros historicamente baixas, pode apresentar um retorno superior.
Portanto, se você pegar o dinheiro que investiria no plano de previdência corporativa e souber como montar uma carteira diversificada, poderá obter retornos muito mais interessantes.
Liquidez
A liquidez é um aspecto fundamental em qualquer investimento.
Trata-se da capacidade de transformar um investimento em dinheiro vivo sem perder valor.
Ter liquidez é importante porque só podemos considerar que o dinheiro é realmente nosso quando ele está disponível para fazermos o que quisermos com ele.
Se você tem um dinheiro que está preso em um investimento e não pode sacá-lo quando quiser ou precisar, na verdade esse dinheiro não é seu, pelo menos durante esse tempo.
E o grande problema é que muita coisa pode acontecer nesse meio tempo, inclusive o fundo em que o dinheiro foi investido pode falir e até a empresa em que você trabalha pode quebrar.
Por mais que isso pareça improvável, meu papel aqui é mostrar os dois lados da moeda, e nesse caso nem tudo que reluz é ouro.
Além disso, é importante destacar que a previdência corporativa é um investimento de longo prazo.
Isso significa que, se o funcionário precisar do dinheiro antes do tempo, ele pode ter que pagar impostos e taxas para sacar o dinheiro.
Estes são alguns dos motivos pelos quais é importante analisar cuidadosamente todos os detalhes antes de aderir a um plano de previdência corporativa.
É só quando conseguimos analisar friamente os prós e contra de uma situação é que visualizamos a verdade nua e crua.
Só assim será possível alcançar a tão sonhada Liberdade Financeira!
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